Vô... Num vô...



Olá meus queridos sedentos por novidades! E aí, tudo certinho? Aqui também! Mas só agora...
Fiquei sem dar as caras por aqui ultimamente por falta de novidades mesmo. Estávamos seguindo nossas vidinhas sem nada de novo até que semana passada quase que o mundo vira de cabeça pra baixo!


Não sei se já mencionei, mas o Sr. Incrível é profissional de TI e trabalha por contrato como pessoa jurídica e recebe por hora trabalhada. Ele está na mesma empresa há mais de dois anos e meio e até agora não conseguiu sequer um realzinho de reajuste no valor da hora. Já está tentando negociar a um ano e a única resposta que recebe é “estamos analisando”. Cansado disso, ele está mandando currículos pra onde aparece alguma boa oportunidade. Já fez entrevistas em várias cidades e até em Montreal, tudo sempre por telefone e na maioria das vezes em inglês.


Quanto às entrevistas em Montreal, o problema é sempre o mesmo: ainda não temos o visto.

Mas o importante é que ele está fazendo contatos e os entrevistadores sempre dizem que assim que o processo estiver concluído eles gostariam de receber um contato dele. Esses contatos têm acontecido com freqüência, em média a cada mês ele recebe uma ligação. Chegou a fazer algumas entrevistas para empresas brasileiras, no sul e em São Paulo, mas sempre esbarramos nos mesmos detalhes: ou pagam pouco, ou a oportunidade não é boa ou o projeto tem tempo curto.


Eu gosto muito do Rio, me adaptei facilmente, sou muito feliz aqui, mas sinto muita falta de Vitória. Nossa família está lá, a cidade é bastante diferente e sem contar que lá é nossa terra! Estivemos lá em abril e na hora de vir embora foi horrível. Parecia que era das últimas vezes que voltávamos lá.


Eis que nessas levas de currículos adivinhem o que apareceu? Uma vaga em Vitória! E com um valor de hora 50% maior que o que o Sr. Incrível ganha aqui! Seria perfeito, né?
Voltar pra casa nos nossos últimos meses no Brasil, economizar uma graninha a mais pra levar (porque o custo de vida é bem menor por lá) e ter até uma festa de despedida! Poder acompanhar um pouquinho o meu afilhadinho que já está com quatro aninhos, ah isso não tem preço! Tomar uma aguinha de coco no domingo de manhã, sentados no quiosque na praia, isso também não tem preço! Churrasquinho na casa da minha mãe! Um que delícia! Sonhar não custa nada, né?


Mas as coisas não são tão fáceis assim... Quando anunciaram a tal vaga, o contrato era de seis meses com possibilidade de prorrogação. Teríamos que apressar as coisas e fazer nossa mudança definitiva para Montreal durante o inverno, assim que nosso processo terminasse. Porém, quando entrevistaram meu marido disseram que seria por três meses e poderiam prorrogar, mas com alocações em São Paulo ou Belo Horizonte. Como o Sr. Incrível conhece muitas pessoas na área dele lá em Vitória (o mercado de TI por lá é bastante restrito), conversou com um amigo que trabalha na mesma alocação dessa empresa. Eles estão procurando alguém para substituir um funcionário que está de saída e já estão meio que no desespero. Só que realmente não há trabalho para muito mais que três meses...


Passamos um fim de semana pensando, analisando, com insônia, sem apetite... A resposta seria dada na segunda passada. Depois de muito sofrimento, entre a cruz e a espada, decidimos que o melhor a fazer era recusar a proposta... Infelizmente tivemos que decidir com a razão. Seria muito arriscado adiantar em seis meses nossa mudança, e imigrar no meio do inverno é muito complicado. Nunca estivemos em temperaturas tão baixas e temos que considerar que os primeiros dias são muito agitados. Tem documentos para fazer, casa para alugar, muitas coisas pra comprar... E também teríamos pouco tempo para vender nossa mobília e encerrar nossa vida aqui no Brasil. Eu teria que parar meu curso de cabeleireiro (que estou amando, depois conto mais sobre ele, viu?) que é um investimento que estamos fazendo, justamente para facilitar as coisas quando chegarmos por lá. Em fim, não adianta querer “passar o carro na frente dos bois”.


Temos certeza que tomamos a decisão certa, mesmo que isso me parta o coração. Ter juízo e ser adulto é saber tomar as decisões mais sensatas, mesmo que isso não nos faça feliz.

Então tá tudo certinho: vamos continuar nossa vidinha aqui em Niterói mesmo, felizes e satisfeitos! Continuamos aguardando nosso pedido de exames médicos e nosso processo já está quase completando cinco meses. Mas nossos corações estão tranqüilos e em paz!


Té logo!


Sra. Incrível

Luto


Sei que estou meio atrasada, mas só tive conhecimento da notícia no domingo e estava viajando, então só agora consegui vir aqui. Nosso companheiro de jornada Leandro Chagas, o Teks do blog na listinha aí do lado, faleceu na última sexta, logo após saber que seu visto estava pronto e marcar a passagem para o próximo mês.

Nossos sinceros pêsames à família.

Sem mais,

Sr. e Sra. Incrível
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